STT
O Sistema Integrado de Telemedicina e Telessaúde (STT) de Santa Catarina é uma plataforma tecnológica que apoia a saúde pública. Foi desenvolvida pela Universidade Federal de Santa Catarina com financiamento do Governo do Estado de Santa Catarina, do Ministério da Saúde e outras fontes. O STT possui módulos de Telediagnóstico, Teleconsultoria e ferramentas de apoio ao processo regulatório. É importante salientar que esta plataforma já está plenamente inserida no contexto da saúde pública catarinense, estando presente em todos os 295 municípios do estado, com mais de 650 pontos de presença. Esta inserção perpassa a utilização das:
- Redes de Telediagnóstico: São serviços que proporcionam a emissão de laudos remotamente utilizando a plataforma e permitindo economia, resolução e acesso a exames específicos, atualmente existem redes Tele-ECG, Tele-EEG, Teledermatologia, Tele-Estomatologia e Tele-espirometria. Em alguns casos, o próprio município fornece o profissional, em outros, o Estado fornece. As demais redes como Tele-EEG, Tele-Estomatologia e Tele-Espirometria estão em fase inicial e de validação, mas já apresentam grande potencial de crescimento e adoção pelos municípios. As redes de teledermatologia atendem aproximadamente 260 municípios do estado e já foram notificados mais de 133 mil exames, em 2019 foram 38 mil exames. As redes de Tele-ECG existem desde 2005 e já receberam relatórios de mais de 2 milhões de exames. Atualmente 290 municípios utilizam regularmente este serviço, em 2019 foram realizados mais de 243 mil exames. Nessas redes, especialistas da área emitem laudos de exames para unidades municipais de saúde.
- Teleconsultorias Clínicas Especializadas: Processo de trabalho e suporte ao fluxo regulatório ambulatorial de consultas especializadas. Por meio desse serviço, os profissionais de saúde que atuam na atenção básica dos municípios podem tirar suas dúvidas do dia a dia com especialistas da área. As centrais reguladoras da SES/SC e de municípios maiores também podem ser utilizadas para qualificar encaminhamentos para consultas especializadas, auxiliando no processo regulatório, encaminhando os casos mais graves e direcionando os casos mais simples para o atendimento local, evitando o deslocamento de pacientes. A inclusão desses serviços em determinadas modalidades reduziu significativamente o tempo de espera dos pacientes pelas consultas especializadas. No momento da apresentação desta proposta já foram realizadas 50 mil teleconsultas através do STT. Atualmente, essa atividade foi descontinuada pelo governo federal e aguarda-se a possibilidade de novos financiamentos para o Núcleo de Telessaúde da UFSC para dar continuidade a esse serviço, que já está disponível para todos os municípios há mais de uma década.
- Telerradiologia: Os sistemas PACS/RIS são utilizados nos setores de exames de imagens médicas em unidades hospitalares e neste contexto, o STT dispõe de módulos que permitem a integração entre sistemas e equipamentos médicos, para envio, acesso, armazenamento de imagens médicas e laudos de exames médicos relacionados a as modalidades de imagens e laudos médicos integrados ao STT. Esse serviço permitiu a emissão de laudos remotamente, a entrega de resultados de exames pela internet, a integração dos laudos com o sistema hospitalar para faturamento e a recuperação e visualização de imagens em pontos geograficamente distantes, a redução de investimentos em sistemas e equipamentos, a redução de deslocar pacientes, reduzindo custos de impressão ou revelação de filmes e, neste último caso, também se relaciona com a proteção dos trabalhadores e do ambiente, uma vez que para isso é necessário utilizar substâncias tóxicas. O volume de dados armazenados em Santa Catarina ultrapassa 150 TB, e esse volume cresce exponencialmente, devido a diversos fatores, incluindo a expansão dos serviços de saúde, com mais capacidade para realização de exames, e também aquisição de novos equipamentos com maior capacidade de geração e processar um grande volume de imagens. Como solução para esse cenário de grande escala, o STT utiliza tecnologias de automação de infraestrutura para garantir o processamento e a disponibilidade de imagens médicas, juntamente com a ampliação dos recursos computacionais necessários.
- Sistema de controle e acompanhamento de tratamento fora de domicílio (TFD) e procedimentos de alto custo: Esse sistema substituiu o modelo demorado e burocrático de envio de processos em papel e permitiu um controle mais adequado dos processos de tratamento fora de casa fora de SC. Todos os municípios catarinenses utilizam o sistema para encaminhar pacientes para tratamentos de responsabilidade da SES/SC. Sistema de controle e monitoramento de processos de solicitação de procedimentos de alto custo sob responsabilidade da SES/SC: também como ferramenta de apoio ao processo regulatório, este módulo permitiu, além de controle e avaliação mais precisos, a redução do tempo gasto no encaminhamento processos no papel. Este é um serviço disponível para todos os municípios do estado e está sendo ampliado para novas modalidades que se enquadrem no conceito de alto custo.
Através dos diversos serviços disponíveis nesta plataforma, profissionais de saúde de unidades básicas de saúde, policlínicas, UPAs, PAs, unidades hospitalares de pequeno, médio e grande porte têm acesso diariamente a alguns dos serviços do STT. Em 2019 foram mais de 1,2 milhão de acessos, onde foram realizadas mais de 5,6 milhões de atividades, o que demonstra o quanto esta plataforma está inserida no contexto da saúde pública catarinense. Dessa forma, o desenvolvimento de um módulo que permita atendimento on-line, em uma plataforma que reúna exames de todas as modalidades, teleconsultas, processos de encaminhamento de pacientes (TFD ou de alto custo) possibilita rápida assimilação pelos profissionais de saúde e também pelos pacientes, uma vez que são já estão se acostumando a acessar a plataforma para acessar seus exames e resultados.
Assim como no STT, o funcionamento destes novos serviços online poderá ser diferenciado pela criação de estruturas específicas, separadas por redes de atendimento definidas por hospital, unidade de saúde ou município de acordo com as necessidades dos serviços, de forma simples e transparente para os utilizadores. Acesso a relatórios de produtividade separados por especialista detalhando quantidade de consultas realizadas, consultas não realizadas, número de pacientes atendidos, tempo médio de atendimento por período de tempo e relatórios de gestão com número de consultas realizadas, pacientes atendidos, pacientes não atendidos, atrasos , faltas, tempo médio de atendimento, tempo máximo e tempo mínimo por especialista completam a lista de funcionalidades a serem oferecidas pelo sistema proposto.